
Peshawar, Paquistão, 02 jul 2025 (Lusa) – O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou hoje o ataque no noroeste do Paquistão que resultou na morte de quatro altos funcionários da administração local e da polícia, de acordo com um oficial.
O atentado foi reclamado por um ramo do EI, o Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), ativo sobretudo na região fronteiriça do leste do Afeganistão e norte do Paquistão, mas também com alguma atividade no sul da Ásia.
Informações iniciais davam conta de cinco mortos na sequência de uma explosão perto de um mercado, numa zona próxima da fronteira com o Afeganistão.
Segundo a agência de notícias AFP, outras 11 pessoas ficaram feridas.
Waqas Rafiq, um oficial da polícia em Bajaur, na província de Khyber-Pakhtunkhwa, tinha inicialmente declarado que, provavelmente, o ataque tinha sido realizado pelo grupo extremista Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP).
Algumas horas mais tarde, o EI-K afirmou ter detonado um motociclo carregado de explosivos para atingir o veículo em que viajavam as vítimas.
A violência aumentou no oeste do Paquistão, que faz fronteira com o Afeganistão, desde que os talibãs regressaram ao poder em Cabul, no verão de 2021.
Islamabad acusa o seu vizinho de não ter conseguido desalojar os rebeldes que utilizam o seu território para atacar o Paquistão, o que o Afeganistão nega.
Cabul, por sua vez, acusa Islamabad de não ter conseguido desalojar as células do EI no seu território.
No sábado, 16 soldados foram mortos num atentado suicida perpetrado pelos talibãs paquistaneses na mesma província de Khyber Pakhtunkhwa.
O ano de 2024 foi o mais mortífero em quase uma década no Paquistão, com mais de 1600 mortos, quase metade dos quais soldados e polícias, segundo o Centro de Investigação e Estudos de Segurança de Islamabad.
Desde 01 de janeiro, de acordo com uma contagem da AFP, quase 300 pessoas, na sua maioria membros das forças de segurança, foram mortas no Paquistão em atos de violência perpetrados por grupos armados que lutam contra o Estado, tanto em Khyber-Pakhtunkhwa como na província vizinha do Baluchistão.
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