
O Canadá vai investir mais na defesa e cumprir as metas da NATO – a Organização do Tratado do Atlântico Norte. A confirmação foi feita pelo primeiro-ministro Mark Carney numa intervenção na Munk School, em Toronto, a poucos dias da cimeira do G7.
“Vamos acelerar ainda mais os nossos investimentos nos próximos anos, de forma coerente com as novas exigências de segurança,” afirmou Carney, sublinhando também a importância de apostar na indústria e nas cadeias de abastecimento nacionais. “Temos de deixar de enviar três quartos do nosso investimento em defesa para os Estados Unidos,” frisou.
A nova meta antecipa em vários anos o prazo de 2030 apresentado por Carney durante as últimas eleições federais. Recorde-se que o anterior governo, liderado por Justin Trudeau, tinha apontado para 2032 como o ano para alcançar os 2%.
Desde que assumiu esse compromisso em 2014, o Canadá nunca conseguiu atingir o objetivo de despesa definido pela NATO, sendo frequentemente criticado por outros países membros por ficar aquém da meta.
O tema promete estar no centro das atenções na próxima cimeira da NATO, que se realiza ainda este mês em Haia. O secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, já sinalizou a intenção de propor um novo plano de investimento, que prevê aumentar o total para 5% do PIB — 3,5% destinados à despesa direta com defesa e 1,5% para investimentos relacionados, como infraestruturas.
De acordo com os dados mais recentes da NATO, o Canadá gastou 1,45% do seu PIB em defesa em 2024. Atualmente, 22 dos 32 países da aliança já cumprem ou superam a meta dos 2%.
O Ministério da Defesa Nacional estima que o Canadá gaste 44,2 mil milhões de dólares em defesa no ano fiscal de 2025-2026.
Um relatório divulgado no outono passado pelo responsável orçamental do Parlamento indicava que, para alcançar os 2% até 2032-33, o governo federal teria de investir 81,9 mil milhões de dólares.