Justiça: Homicida de jovem brasileiro no TTC é um perigo para o público, diz Coroa

Foto: gofundme.com

A 6 de fevereiro realizou-se a audiência de julgamento do assassino do jovem brasileiro de 16 anos, Gabriel Magalhães, que foi esfaqueado mortalmente numa plataforma do metro da Toronto Transit Commission (TTC).

Jordan O’Brien-Tobin, de 22 anos, declarou-se culpado em novembro de homicídio em segundo grau, depois de ter esfaqueado Magalhães no peito enquanto o adolescente esperava pelo metro na estação de Keele, em março de 2023.

De acordo com uma declaração de factos acordada, o esfaqueamento não foi provocado. No entanto, a Coroa argumentou que o agressor é um assassino violento e insensível e que, apesar de o incidente não ter sido provocado, ele tinha intenção de esfaquear alguém, conforme a sua própria confissão.

O’Brien-Tobin confessou que tinha uma faca consigo e que desferiu o golpe em Magalhães sem qualquer razão ou conversa prévia.

Na audiência, a procuradora-assistente da Coroa, Karen Simone, disse à juíza do Tribunal Superior, Jane Kelly, que O’Brien-Tobin, agora com 24 anos, representava um risco contínuo para a segurança pública, tendo em conta o esfaqueamento aleatório e a reincidência em incidentes de violência.

Simone afirmou que O’Brien-Tobin tem mais de 120 condenações por incumprimento de ordens judiciais e por não comparecer em tribunal, além de 18 condenações por agressão,inclusive com arma e sexual, esta última  terá sido cometida também num espaço da TTC.

Os depoimentos dos pais e da tia de Magalhães, assim como dos trabalhadores da TTC que estavam com o adolescente depois de este ter sido esfaqueado, foram lidos no âmbito da audiência de condenação de O’Brien-Tobin, na sequência da sua confissão de culpa no ano passado. “Cada célula do meu corpo dói-me. Estou mais do que destroçada”, escreveu a mãe da vítima, Andrea Magalhães.

O homicídio em segundo grau implica uma pena de prisão perpétua automática no Canadá, mas cabe agora ao juiz decidir o período mínimo antes de O’Brien-Tobin poder requerer liberdade condicional. A Coroa pede entre 16 e 18 anos, enquanto a defesa pede entre 10 e 14 anos, alegando que o réu sofre de transtorno de personalidade antissocial, possivelmente psicopatia, e de um transtorno grave relacionado com substâncias.

A audiência para a decisão final terá lugar até o fim do mês de  fevereiro, mas sem data divulgada.