Consumo: Guerra comercial pode aumentar preços de bens essenciais

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Apesar de as conversações sobre a guerra comercial terem acalmado temporariamente, os consumidores canadianos continuam preocupados com o impacto que as possíveis tarifas poderão ter na acessibilidade dos produtos de consumo diário, incluindo os produtos alimentares.

Os especialistas da indústria alimentar alertam para o facto de os produtos agrícolas e os produtos embalados poderem sofrer o maior aumento de custos se as tarifas se concretizarem em ambos os lados da fronteira a 1 de março.

Os especialistas alertaram que a componente retaliatória das tarifas terá o maior impacto em termos de efeito inflacionário nos mantimentos. A embalagem é outra área vulnerável para o Canadá. Isto é, tendo em conta, com base na primeira lista divulgada pelo Governo canadiano de produtos sujeitos a tarifas retaliatórias, que uma quantidade razoável de ingredientes na lista são utilizados na fabricação de produtos no Canadá, e alguns desses ingredientes simplesmente não estão disponíveis no mercado canadiano.

No setor alimentar, segundo os especialistas, as frutas e os legumes serão dos produtos mais afetados por aumentos de preços, uma vez que o Canadá depende fortemente de produtos de outros países nos meses de inverno. Os tomates, pepinos, citrinos, como laranjas e toranjas, melões, bagas e frutos de caroço, como pêssegos e cerejas, poderão registar um aumento dos preços imediatamente após a entrada em vigor de quaisquer direitos aduaneiros, de acordo com o RSM Real Economy Blog.

O sumo de laranja e os cereais, maioritariamente importados pelo Canadá devido às escassas opções canadianas, também poderão tornar-se ainda mais caros.

Para além de produtos alimentares, os EUA são os principais fornecedores de artigos de beleza, higiene e cosmética do Canadá, o que com as tarifas e as retaliações também pode gerar um aumento significativo dos produtos.

As bebidas alcoólicas são outro produto que a continuar a ser importado dos EUA vão registar um aumento significativo do preço ao cliente.

No entanto, a ordem executiva de Donald Trump de impor tarifas ao Canadá incluía também a eliminação da isenção aduaneira ‘de minimis’. Esta isenção pouco conhecida permite que as pessoas tragam ou enviem para os EUA mercadorias no valor máximo de 800 dólares americanos por destinatário e por dia, sem terem de pagar direitos sobre essas mercadorias.

Segundo especialistas em direito comercial internacional, a eliminação da isenção ‘de minimis’ pode afetar muitos canadianos, em especial os que vivem perto da fronteira e vão e voltam muitas vezes, devido à sujeição a pagamento de impostos sobre as mercadorias e bens que transportam.