Economia: Canadá vive dias incertos, apesar de pausa nas tarifas de Trump

Foto: PrintScreen vídeo Facebook Justin Trudeau

A 3 de fevereiro, após duas chamadas telefónicas com o primeiro-ministro Justin Trudeau, Trump suspendeu a imposição de tarifas durante 30 dias para ver se os dois países conseguiam chegar a um “acordo económico final”. Com o anúncio da decisão de Trump, o Canadá e as províncias também pararam as suas ações de retaliação.

Após o último contacto com Trump, Trudeau anunciou a decisão mais aguardada pelos canadianos nas suas redes sociais.

No entanto, o atraso nas tarifas não se traduziu num conforto a longo prazo para muitos trabalhadores e empresários do Canadá.

A Unifor, o maior sindicato do setor privado do país, insistiu que a ameaça de tarifas de Trump não foi erradicada. Isto faz com que as preocupações com os empregos canadianos permaneçam e suscitou apelos sindicais para uso de todas as ferramentas por parte do Canadá na construção de uma economia forte, resiliente e diversificada.

Também Joe Mancinelli, Vice-Presidente Internacional e Gerente Regional para o Canadá Central e Oriental da LiUNA, se pronunciou nas redes sociais, dizendo que o trabalho de defesa do Canadá não acaba com este adiamento. Mancinelli reforçou que é importante que o país continue a trabalhar em conjunto e a investir nos trabalhadores e recursos canadianos.

O Conselho Empresarial do Canadá também observou que a incerteza económica em relação ao futuro não desapareceu, tendo sido as consequências apenas atrasadas 30 dias.

O premier de Ontário, Doug Ford, sublinhou que o adiamento das tarifas apenas adiou as medidas a ser adotadas, reforçando que o Canadá deve continuar unido e a trabalhar em prol de uma relação de parceria saudável com os Estados Unidos da América (EUA).

A premier de New Brunswick, Susan Holt, e o premier de Nova Scotia, Tim Houston, também expressaram o seu alívio com o adiamento, sublinhando que o trabalho conjunto entre Canadá e EUA é o caminho para o bem estar dos dois países. Ambos os premiers concordam que o Canadá deve continuar atento.

Scott Moe, premier de Saskatchewan, e Andrew Furey, premier de Newfoundland e Labrador, também declararam que o adiamento é uma decisão temporária que não deixa de ser preocupação. Ambos defendem que o Canadá está pronto para trabalhar em conjunto e encontrar soluções mais definitivas.

O premier do Quebec, François Legault, expressou a sua consternação em lidar com Trump, dizendo ser uma ameaça constante e imprevisível. Legault destacou que as incertezas que dominam o Canadá nos últimos meses ressaltam a

importância de diversificar os mercados e de limitar a dependência canadiana das exportações americanas.

A premier de Alberta, Danielle Smith, também reagiu nas redes sociais, afirmando sentir entusiasmo perante o acordo estabelecido entre o Governo canadiano e Trump para reprimir atividades ilegais na fronteira. Smith voltou a afirmar que é necessário uma negociação de boa fé entre ambos os países para que nenhum acabe prejudicado.