A resposta do Canadá às decisões de Trump de taxar os produtos canadianos gerou fortes reações de apoio e até mesmo políticos do próprio Partido Republicano nos Estados Unidos da América (EUA) demonstraram preocupação.
O líder da maioria no Senado, do partido de Trump, John Thune, repetiu que não apoia a aplicação de tarifas e alertou que estas podem gerar inflação.
Rand Paul, senador republicano do Kentucky, também reagiu com desaprovação: “As tarifas são simplesmente impostos e os conservadores já se uniram contra novos impostos”, afirmou.
Don Bacon, deputado republicano do Nebraska, disse estar confuso com a guerra comercial. “O foco deveria ser a China ou a Rússia e não o Canadá, com quem temos um bom acordo comercial”, declarou.
As principais lideranças políticas canadianas também foram às redes sociais expressar as suas preocupações e apoiar o Canadá.
O líder conservador Pierre Poilievre condenou o que chamou de tarifas massivas, injustas e injustificáveis. Divulgou um plano a que chamou ‘Canada First’, com retaliação dólar por dólar e a utilização dos recursos angariados com a retaliação canadiana em ajudas às empresas e trabalhadores afetados. Também sugeriu a eliminação de qualquer barreira comercial entre as províncias.
Jagmeet Singh, líder do NDP, afirmou que “as tarifas de Trump preocupam os trabalhadores canadianos com os seus empregos e preços ainda mais elevados”. Singh divulgou um vídeo em que explica o plano do NDP para defender o Canadá e afirmou que o país é forte e os canadianos estão unidos.
No Partido Liberal, os candidatos ao lugar de Trudeau na corrida à liderança do partido divulgaram uma declaração conjunta, afirmando que estão unidos para garantir a soberania do país contra as tarifas injustas.
As redes sociais foram invadidas por uma verdadeira onda de apoio ao Canadá por parte de utilizadores comuns, líderes ou mesmo famosos.
Joe Mancinelli, vice-presidente internacional e diretor regional da LiUNA no Canadá, afirmou que o impacto das medidas será grande, tanto para os canadianos, como para os americanos. “Temos de estar unidos pela equipa Canadá. Não é altura para complacências,” afirmou.
Justin Trudeau partilhou o apoio de Wes Hall, estrela de ‘Dragons’ Den’, que apelou aos líderes empresariais americanos para que se pronunciem sobre as tarifas.
O político luso-canadiano Martin Medeiros publicou nas suas redes sociais uma lista com as opções canadianas para substituir produtos dos EUA comercializados no Canadá.
O boicote aos produtos americanos sugerido por Trudeau foi amplamente divulgado por milhares de utilizadores nas redes sociais. As hashtags #boycottusa e #buycanadian lideraram as publicações, inclusive com o apoio de muitos cidadãos americanos que não concordam com a guerra comercial.
Um vídeo com dois consumidores num supermercado a discutir sobre o boicote foi rapidamente partilhado, gerando muitas reações positivas.
Os canadianos também demonstraram insatisfação com as medidas de Trump em eventos desportivos. O hino americano foi vaiado na noite de 1 de fevereiro em jogos da NHL entre equipas canadianas e americanas em Ontário e Alberta.
O mesmo aconteceu no jogo entre os Raptors e os LA Clippers pela NBA em Toronto. Os vídeos foram partilhados por diversos utilizadores e ganharam destaque na imprensa internacional.
Após as vaias ao hino americano, os adeptos dos Raptors cantaram entusiasticamente o hino canadiano. O momento também viralizou nas redes sociais.