
A demissão de Justin Trudeau está a levantar dúvidas sobre o futuro da imigração no Canadá. Trudeau mantém-se no cargo de primeiro-ministro até que o partido eleja um novo líder. Enquanto isso, pediu à governadora-geral, Mary Simon, para suspender o Parlamento até 24 de março.
A suspensão do Parlamento faz com que todos os projetos de lei em discussão sejam arquivados. Um dos mais afetados é o projeto de lei C-71, que propunha alterações à Lei da Cidadania (‘Citizenship Act’). O objetivo era permitir que canadianos nascidos no estrangeiro passassem a cidadania aos seus filhos, desde que tivessem vivido no Canadá durante pelo menos três anos.
O Governo federal tinha até 19 de março para corrigir a legislação, considerada inconstitucional por um tribunal. Com o adiamento dos trabalhos parlamentares, este prazo será perdido.
Além disso, a suspensão do Parlamento pode atrasar outras mudanças importantes na política de imigração. Entre as propostas do Governo estavam a redução das metas de residentes permanentes, novas restrições a vistos de estudo e mudanças nos critérios de elegibilidade de autorizações de trabalho.
Especialistas apontam que a saída de Trudeau pode criar incertezas sobre a direção futura destas políticas. O próximo líder liberal, por eleger, enfrenta o desafio de equilibrar as necessidades do sistema de imigração com a pressão política e económica que o país atravessa.
