Política: Trump e Trudeau discutem fronteiras e comércio em reunião surpresa

Foto: X Justin Trudeau

O primeiro-ministro Justin Trudeau e o presidente eleito dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, discutiram a segurança na fronteira e o comércio entre o Canadá e os EUA durante uma reunião surpresa na propriedade de Trump, na Flórida, a 29 de novembro.

Trudeau viajou para Palm Beach, na Flórida, e visitou Trump em Mar-a-Lago, onde o presidente eleito tem realizado encontros com a sua equipa de transição nas últimas semanas. A visita ocorreu na sequência das ameaças de Trump de impor tarifas elevadas sobre produtos canadianos que entram nos EUA.

A 30 de novembro, Trump descreveu a reunião como “muito produtiva” nas suas redes sociais, afirmando que discutiram a crise do fentanil e das drogas, a imigração ilegal e o comércio entre o Canadá e os EUA.

Trump reforçou que os EUA não podem continuar sem tomar medidas para combater o flagelo das drogas e acrescentou que isso não impediu o diálogo sobre outros temas importantes para ambos os países, como energia, comércio e o Ártico.

Trudeau fez-se acompanhar pelo ministro da Segurança Pública, Dominic LeBlanc, e pela chefe de gabinete, Katie Telford.

Após o encontro, alguns líderes federais e provinciais reagiram nas redes sociais.

O líder do Bloc Québécois, Yves-François Blanchet, afirmou que “não se pode culpar o primeiro-ministro” por se encontrar com Trump, já que o presidente eleito está “a iniciar a próxima rodada de negociações comerciais de forma intimidadora e a implodir condições baseadas, em parte, no controlo de fronteiras”. Blanchet sublinhou que o Quebec e o Canadá precisam mostrar aos EUA a importância que têm para a economia do país vizinho e antecipar mudanças no acordo comercial Canadá-Estados Unidos-México.

A premier de Alberta, Danielle Smith, afirmou que “é revelador que um dos principais tópicos de discussão” entre Trump e Trudeau tenha sido oleodutos e gasodutos, uma vez que demonstra que o caminho para um relacionamento económico e de segurança forte com os EUA está alinhado com as metas de segurança energética e acessibilidade canadianas.