
Após a promessa de Trump, a 25 de novembro, de aplicação de uma tarifa de 25% aos produtos que chegam aos Estados Unidos da América (EUA) vindos do Canadá e do México, o Canadá ficou em sobressalto.
Justin Trudeau disse que uma “abordagem da Equipa Canadá” será vital diante das novas tarifas abrangentes prometidas pelo presidente eleito dos EUA.
A vice-primeira-ministra e ministra das Finanças, Chrystia Freeland, ecoou os comentários de Trudeau, reiterando que o Governo canadiano adotará uma “abordagem de Equipa Canadá”.
Freeland não disse se o Canadá retaliará quando questionada por um repórter, mas afirmou que “o nosso Governo sempre defenderá o interesse nacional, e faremos isso jogando como Equipa Canadá”.
No anúncio de Trump constou que as tarifas permanecerão em vigor até que ambos os países impeçam as drogas, em particular o fentanil, e as pessoas de cruzarem ilegalmente as fronteiras.
Uma declaração conjunta de Freeland e do ministro da Segurança Pública, Dominic LeBlanc, afirmou que Ottawa continuará a discutir questões de segurança de fronteira com o novo Governo.
No entanto, o anúncio de Trump atraiu críticas de vários políticos em todo o Canadá, membros do atual partido, mas também da oposição.
O líder conservador Pierre Poilievre disse que Trump “fez uma ameaça injustificada” à economia canadiana já fraca e em retração. Poilievre afirmou ainda que o Canadá necessita de defender a sua economia, alegando estar disposto a retaliar Trump se for necessário.
Entre os ministros canadianos, François-Philippe Champagne, ministro da Indústria, disse que Trump deveria ser levado a sério, e que é necessário defender o Canadá e os seus trabalhadores, além de estabelecer uma relação saudável com Trump.
O ministro da Habitação, Sean Fraser, também disse que “este é um momento extremamente importante para continuar a interagir com os nossos parceiros” nos EUA. Fraser destacou que os EUA são um parceiro de longa data e que serão feitos todos os esforços necessários para enfrentar os desafios que possam surgir.
O ministro da Imigração, Marc Miller, também se manifestou, dizendo que Ottawa e Washington têm “interesses partilhados” para tornar a situação “administrável e controlada” na fronteira. Miller acrescentou que, independentemente dos planos no sul, o Canadá está a considerar uma “série de medidas” para fortalecer a segurança na fronteira, em articulação direta com a Royal Canadian Mounted Police (RCMP). Miller reforçou que a segurança contínua na fronteira EUA-Canadá é de interesse comum para as economias canadiana e americana.
Justin Trudeau, entretanto, a 26 de novembro, disse que teve uma “boa conversa” com Trump e com vários premiers que se manifestaram de imediato, como Doug Ford, de Ontário, e François Legault, de Quebec, e agendou uma reunião com os premiers para falar sobre os EUA, a 27 de novembro.
