
São Tomé, 11 mar 2021 (Lusa) – O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apresentou hoje ao Governo são-tomense um plano de “reabertura segura” de aulas, suspensas há 11 dias devido ao aumento no país de casos de infeção e óbitos por covid-19.
“Nós concluímos que o grupo de contágio não está na escola e aí nós temos que ver nessa perspetiva e passar uma informação muito credível para que a população possa entender a importância e necessidade de se abrir as escolas e manter as crianças nelas”, disse Noel Zagre, representante regional da Unicef.
A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) pretende que as escolas sejam abertas mediante a criação de protocolos sanitários e outras condições que permitam que as crianças estejam em segurança.
“Reconhecemos que as escolas têm outras utilidades que são económicas e com as portas fechadas fica muita gente sem poder fazer negócio. Portanto, não podemos ver as escolas apenas como um espaço fechado porque há outras componente que interferem e daí a importância de ela estar aberta”, concluiu a Unicef.
De acordo com as contas da agência das Nações Unidas com as escolas fechadas, pelo menos 70 mil pessoas ficam prejudicados, entre alunos e quadros docentes.
A instituição concluiu que a principal fonte de contaminação de covid-19 em São Tomé e Príncipe está na faixa etária entre os 25 e 50 anos que são pessoas que mais circulam no país.
“Não é na escola onde está a maior fonte de contaminação”, referiu o representante regional da Unicef, lamentando que “muitas crianças quando estão em casa estão numa situação muito mais desvantajosa do que estar na escola”.
“Muitas vezes essas crianças estão sujeitas a questões como a violência que tem um impacto muito mais negativo”, adiantou o responsável.
O representante regional da Unicef apelou ao Governo para “fazer um esforço para que a escola seja aberta, criando protocolos sanitários e apetrechando as escolas de equipamentos para que a criança esteja em segurança”.
Uma segurança que a instituição defendeu que não se limite apenas ao recinto escolar, mas também durante o regresso das crianças às suas residências.
Todas as escolas públicas e privadas do país estão encerradas desde 01 deste mês no âmbito do estado de calamidade, prorrogado devido ao aumento descontrolado das infeções do novo coronavírus.
O estado de calamidade em vigor termina na próxima segunda-feira.
São Tomé e Príncipe registou um total de 2.035 casos e 32 óbitos por covid-19.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.621.295 mortos no mundo, resultantes de mais de 117,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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