Bruxelas, 10 jan (Lusa) — A União Europeia (UE) e os seus Estados-membros não vão estar hoje representados na tomada de posse do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou a porta-voz do Serviço Europeu de Ação Externa.
“Temos sido muito claros ao dizer que as eleições na Venezuela não foram nem livres, nem justas e que lamentamos que, apesar de todos os apelos da comunidade internacional, incluindo da UE, não tenham decorrido novas eleições, em conformidade com as regras internacionais. Neste contexto, nem a UE nem os seus Estados-membros vão participar na sessão inaugural de hoje”, esclareceu Maja Kocijancic.
A porta-voz do Serviço Europeu de Ação Externa respondia assim às questões sobre a eventual presença de representantes políticos de alguns dos Estados-membros na tomada de posse de Nicolás Maduro para um segundo mandato presidencial
No entanto, segundo Kocijancic, a UE vai continuar empenhada “diplomática e politicamente” em apoiar “uma solução pacífica e democrática para a crise na Venezuela, mantendo os canais de diálogo abertos com os agentes locais”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, já tinha anunciado que Portugal não se faria representar politicamente.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, vai tomar posse hoje, para um novo mandato presidencial de seis anos (2019-2025).
O ato de tomada de posse será transmitido em direto pelas estações de televisão da Venezuela e, tal como tem acontecido com as últimas conferências de imprensa de Nicolás Maduro, será acompanhado à distância nas embaixadas e consulados venezuelanos.
O Presidente da Venezuela vai prestar juramento perante o Supremo Tribunal de Justiça, ao invés da Assembleia Nacional (parlamento, onde a oposição detém a maioria), já que não reconhece a legitimidade deste órgão, que acusa de estar a afrontar as sentenças daquele tribunal.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Maduro foi reeleito para um novo mandato presidencial nas eleições antecipadas de 20 de maio de 2018, com 6.248.864 votos (67,84%).
Um dia depois das eleições, a oposição venezuelana questionou os resultados, alegando irregularidades e o não respeito pelos tratados de direitos humanos ou pela Constituição do país.
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