
Maputo, 05 dez 2025 (Lusa) – As poupanças moçambicanas em depósitos a prazo cresceram em setembro para 291.316 milhões de meticais (4.067 milhões de euros), completando um aumento de 6,6% em nove meses, segundo dados oficiais compilados hoje pela Lusa.
De acordo com um relatório estatístico do Banco de Moçambique, esses depósitos a prazo na banca moçambicana tinham atingido em junho de 2024 os 264.709 milhões de meticais (3.558 milhões de euros), crescendo progressivamente, todos os meses, até ao recorde de 305.871 milhões de meticais (4.139 milhões de euros) em julho último.
Os bancos moçambicanos tinham fechado 2024 com depósitos a prazo no valor de 291.457 milhões de meticais (3.945 milhões de euros), segundo os dados do mesmo relatório.
Já os depósitos à ordem passaram de 377.783 milhões de meticais (5.113 milhões de euros) em junho de 2024 para 459.928 milhões de meticais (6.225 milhões de euros) em setembro.
Em Moçambique funcionam 15 bancos comerciais e 12 microbancos, além de cooperativas de crédito e organizações de poupança e crédito, entre outras.
O Banco de Moçambique cortou em 14 de novembro, pela 11.ª vez consecutiva, a taxa de juro de política monetária MIMO, em 0,25 pontos percentuais, para 9,5%, apesar da preocupação com atrasos no pagamento de dívida pública.
“Esta modesta redução reflete o agravamento dos riscos e incertezas associados às projeções da inflação, com destaque para o atraso no pagamento dos instrumentos da dívida pública interna pelo Estado. As perspetivas da inflação mantêm-se em um dígito no médio prazo. Em outubro de 2025, a inflação anual fixou-se em 4,8% após 4,9% em setembro”, anunciou então o governador do banco central, Rogério Zandamela, em Maputo, após a reunião do Comité de Política Monetária (CPMO).
A taxa de juro diretora em Moçambique esteve fixada em 17,25% desde setembro de 2022, após a intervenção do banco central, que depois iniciou cortes consecutivos a partir de 31 de janeiro de 2024, quando reduziu para 16,5%. Em março do ano passado o Banco de Moçambique cortou para 15,75%, que se foram repetindo em todas as reuniões seguintes, até chegar a 9,75% em setembro e a 9,5% em novembro.
Na sua intervenção, Zandamela alertou que o “endividamento público interno continua a agravar-se”, com “impacto no funcionamento normal do mercado financeiro”.
Acrescentou que, por isso, “em face do agravamento dos riscos e incertezas”, a postura da política monetária estará “doravante condicionada a avaliação de riscos e incertezas subjacentes às projeções da inflação”.
O CPMO reúne-se a cada dois meses e a próxima está agendada para 28 de janeiro de 2026.
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