
Pequim, 02 dez 2025 (Lusa) — A guarda costeira da China expulsou hoje uma embarcação de pesca japonesa que, segundo as autoridades chinesas, tinha entrado ilegalmente em águas próximas das ilhas Senkaku, controladas pelo Japão, mas disputadas por outros países.
A Guarda Costeira chinesa indicou em comunicado divulgado na plataforma WeChat — semelhante ao WhatsApp, que é censurado na China — que “tomou as medidas de controlo necessárias de acordo com a lei”.
O porta-voz Liu Dejun disse que a Guarda Costeira ordenou à embarcação japonesa Zuiho-maru que se afastasse da zona, reiterando que o arquipélago, conhecido como Diaoyu na China, constitui “território inerente à China”.
Liu instou ainda o Japão a “cessar imediatamente todas as atividades infringentes e provocatórias” na área e garantiu que a Guarda Costeira continuará a realizar “operações de aplicação da lei para defender os direitos” da China.
As relações entre as duas maiores economias da Ásia estão a atravessar um momento difícil depois de, no início de novembro, a nova primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, afirmar que Tóquio poderia intervir militarmente no caso de um ataque a Taiwan, ilha que Pequim considera parte do território chinês.
Na sequência das declarações de Sanae Takaichi, a China convocou o embaixador do Japão e aconselhou a população a evitar viagens para o arquipélago.
O lançamento de vários filmes japoneses na China também foi adiado, de acordo com os meios de comunicação estatais chineses.
Nos últimos anos, Pequim concedeu novas capacidades à guarda costeira, incluindo a autoridade para deter embarcações estrangeiras suspeitas de entrar ilegalmente nas águas territoriais, no meio das crescentes tensões territoriais com aliados dos EUA, como o Japão e as Filipinas.
A Guarda Costeira chinesa também reforçou substancialmente a capacidade operacional, graças à alocação de mais navios e ao aumento do apoio logístico.
O conflito pelas Senkaku, conquistadas pelo Japão após a guerra com a China em 1894-95, intensificou-se depois de o Japão ter nacionalizado o território de três das ilhas, em setembro de 2012.
Situadas no mar do Leste da China, a cerca de 150 quilómetros a nordeste de Taiwan – que também reivindica a soberania do arquipélago – as desabitadas ilhas Senkaku cobrem uma área de aproximadamente sete quilómetros quadrados, e acredita-se que possam existir importantes depósitos de gás ou petróleo nas águas adjacentes.
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