WOMEN IN THE WORLD

Correio da Manhã Canadá

Toronto foi palco pela segunda vez consecutiva da cimeira Women in the World, ou seja, A Mulher no mundo. Um dos convidados deste ano foi o primeiro-ministro do Canadá Justin Trudeau. Ao falar na cimeira o primeiro-ministro afirmou que o assédio sexual é uma das barreiras que podem impedir as mulheres de subir nas fileiras dos negócios e da política. Ao ser perguntado o que é que o Canadá pode fazer para aumentar o número de mulheres em empregos corporativos, Trudeau invocou a sua própria experiência ao recordar a nomeação do seu gabinete, o primeiro do mundo a ser equilibrado em termos de género, afirmando que foram necessários anos de trabalho para construir a sua equipa. O primeiro-ministro referiu ainda que a política é um jogo diferente pois ainda existem bastante barreiras, e que ainda é dominada por “old boys”, ou seja homens que dominam esta fação no país, o que a torna desafiante. Trudeau afirmou que pretende mudar a cultura do mundo político em que se encontra, incluindo o movimento #MeToo, que considera ser realmente importante para garantir que as mulheres passem do nível de entrada, a posições de poder, e que o seu número também cresça na sociedade. A acompanhar o primeiro-
ministro numa discussão saudável estiveram a diretora do FMI(Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde e Katie Couric, jornalista e escritora galardoada, sobre como a economia global pode beneficiar dos vários talentos das mulheres. Uma coisa é certa, a entrada da mulher no mercado aumenta o produto interno bruto de um país, seja no Canadá ou em qualquer parte do mundo. Mas infelizmente a realidade é outra. A mulher do dia de hoje tende cada vez mais a ficar em casa quando tem filhos. Os rendimentos baixos, com o valor elevadíssimo de infantários, creches e programas para crianças, faz com que a mulher seja afastada do mercado laboral por não ter competitividade salarial para com uma sociedade masculina. Sim, hoje em dia existem alguns pais que ficam em casa a tomar conta das crianças, mas é um número insignificativo num mar dominado por apenas um género. Com ofertas de emprego a pedirem empregadas solteiras, ou mesmo já definidas apenas para homens, o que é proibido por lei no Canadá, verifica-se logo que existe um problema que começa em pequenas comunidades como a nossa, mas que vai como o nosso primeiro-ministro referiu aos “old boys” da política. Precisa-se de uma nova atitude para com a mulher, enquanto profissional no século XXI.