WALL STREET FECHA EM BAIXA COM PREOCUPAÇÃO COM CHINA E GOLFO PÉRSICO

LusaNova Iorque, 14 jun 2019 (Lusa) — A bolsa nova-iorquina fechou hoje em baixa, com os investidores a cederem às preocupações com a economia chinesa e a incerteza geopolítica no Médio Oriente, ignorando estatísticas económicas positivas.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 0,07%, para os 26.089,61 pontos.

O tecnológico Nasdaq perdeu 0,52%, para as 7.796,66 unidades, e o alargado S&P500 desvalorizou 0,16%, para os 2.886,98.

A produção industrial enfraqueceu na China, em maio, em termos anuais, ao registar o seu nível mais baixo em 17 anos, quando o conflito comercial prossegue com Washington. Ao contrário, as vendas do comércio retalhista recuperaram em maio.

“O consumo permaneceu estável em maio, apesar da escalada do conflito comercial, mas o crescimento do setor industrial conheceu um novo decréscimo”, observou Ken Berman, da Gorilla Trade.

De forma mais geral, a perda de velocidade da economia chinesa está a inquietar desde há meses os investidores do mundo inteiro, uma vez que tem sido um dos motores do crescimento da economia internacional.

Ao mesmo tempo, a inquietação entre os investidores aumentou com a subida da tensão no Médio Oriente, depois do ataque na quinta-feira contra dois navios, em contexto de ameaças mútuas entre EUA e Irão.

Outra fonte de desconfiança entre os investidores, a confiança dos consumidores nos EUA reduziu-se no início de junho, devido aos efeitos do conflito comercial com a China e a redução no crescimento dos empregos.

Este contexto encorajou os atores de mercado a saírem de ativos considerados arriscados, como as ações, para privilegiar ativos considerados mais seguros, como o dólar.

A esta situação muito incerta acrescentou-se a queda do setor dos produtores de semicondutores.

A sociedade Broadcom, que reduziu claramente as suas previsões de vendas, devido às sanções dos EUA à empresa chinesa de telecomunicações Huawei e, de forma geral, ao conflito comercial sino-norte-americano, desvalorizou 5,57%.

Pelas mesmas razões, a Advanced Micro Devices recuou 3,28%, a Nvidia 2,44%, a Micron Technology 2,16% e a Qualcomm 1,73%.

Estas notícias relativamente negativas não permitiram aos intervenientes no mercado aproveitar as estatísticas da economia dos EUA sobre a produção industrial e as vendas do comércio retalhista.

Não obstante, estas notícias permitiram “aliviar um pouco as ameaças de diminuição do ritmo da economia, que se tem visto em numerosos indicadores norte-americanos”, afirmou Peter Cardillo, da Spartan Capital.

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