Pouco depois de ter sido detido em março de 2010 em Lisboa, Henrique Sotero desfez-se, com a ajuda da namorada, de todos os bens que tinha em seu nome. O violador de Telheiras vendeu o carro que tinha e a namorada assumiu sozinha o empréstimo que ambos contraíram para comprar uma casa em Massamá.
O Estado, através da Comissão de Proteção às Vítimas de Crimes, teve assim de assegurar este ano o pagamento das indemnizações a quatro das vítimas que pediram ajuda. Isto porque Sotero não tem forma de pagar os 35 mil euros a que foi condenado. No processo constituíram-se assistentes mais duas jovens, que tinham direito a serem ressarcidas, mas estas decidiram não recorrer ao Estado. O violador de Telheiras cumpre 22 anos de cadeia.
“O dinheiro às quatro jovens que pediram ajuda à comissão foi entregue este ano”, confirmou ao Correio da Manhã Carlos Anjos, presidente da Comissão de Proteção às Vítimas de Crimes.
No total foram 14 as vítimas atacadas por Henrique Sotero, mas apenas seis delas pediram uma indemnização. As jovens foram forçadas a fazer sexo oral ao violador, duas delas à frente dos respetivos namorados.
Depois dos pedidos de indemnizações, o Estado tentou perceber que bens é que o violador dispunha, mas Sotero tinha apenas uma conta com dois mil euros, isto porque os bens não estão em seu nome, mas sim no da namorada.
Sotero, de 33 anos, era engenheiro na Zon,de onde foi despedido. A amorada continua a ser o seu apoio e, segundo o CM apurou, os dois querem casar-se na prisão da Carregueira, em Sintra. Em setembro de 2011, Sotero foi condenado a 25 anos de cadeia, pena que foi depois reduzida.