PSD DEFENDE QUE EXISTÊNCIA DE FOLGA ORÇAMENTAL É “UMA FICÇÃO”

LusaLisboa, 24 abr (Lusa) – O PSD defendeu hoje a sua “concordância de fundo” com a redução do défice, considerando que a existência de qualquer folga orçamental é “uma ficção”, ao mesmo tempo que sublinhou uma “divergência de fundo” pela carga fiscal prosseguida.

“É verdade que estamos longe do valor de 11% de défice, que foi registado em 2010 e que foi reduzido para 3% em quatro anos, e é verdade que hoje o valor é mais baixo. Mas, na realidade, ainda temos défice, pelo que qualquer ideia sobre a existência de uma folga é uma ficção”, defendeu o deputado social-democrata Duarte Pacheco.

Numa intervenção no parlamento sobre o Programa de Estabilidade e o Programa Nacional de Reformas (PNR), Duarte Pacheco salientou igualmente que a “divergência mais profunda do PSD com a proposta do Governo está na continuação de uma política que mantém a carga fiscal em valores recorde”.

O CDS-PP, através de Pedro Mota Soares, defendeu que “o plano apresentado pelo Governo revela, pela terceira vez consecutiva, imobilismo, conformismo, paralisia reformadora – o ‘poucochinho socialista'”.

“Tudo disfarçado com um verniz orçamental que, de repente, passou a ser o alfa e o ómega do Governo”, declarou Mota Soares.

O deputado centrista dirigiu-se ao responsável das Finanças, Mário Centeno: “Não é sério, em 2018, perante a maior carga fiscal e contributiva de que há memória, vir dizer que só lá para 2022 é que vai haver margem para baixar o IRS”.

“O ministro das Finanças que o faz é um misto de cartomante e vendedor de banha da cobra”, afirmou, salientando, entre as medidas alternativas propostas pelo CDS-PP no seu projeto de resolução sobre o PNR, a “descida sustentada e programada ao longo dos próximos anos da carga fiscal”, o fim do adicional ao Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP), o quociente familiar no IRS e a retoma da descida do IRC.

Ainda pelo PSD, o deputado Carlos Peixoto, tinha desafiado o BE a ser consequente e “tirar o tapete” ao apoio parlamentar que dá ao Governo.

“O que é que os senhores farão se o PS não votar o vosso projeto de resolução? Vão continuar casados até ao fim ou rompem o vosso contrato? Querem ou não aderir aos vossos princípios e convicções? Levem a vossa ideia até ao fim ou tudo o que ensaiaram não passa de uma encenação absolutamente indisfarçável”.

ACL // VAM

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