PORTUGAL TERÁ EXPORTADO 1.904 ME DE CALÇADO EM 2018, MENOS 2,85%

LusaPorto, 07 jan (Lusa) — Portugal terá exportado 1.904 milhões de euros de calçado em 2018, menos 2,85% em termos homólogos, ainda que, em número de pares de sapatos, a evolução seja positiva em 2,4%, atingindo os 85 milhões.

Em comunicado, a Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS) adiantou que estes valores, apurados pelo seu gabinete de estudos, podem ser justificados pelo “abrandamento das principais economias mundiais para onde a indústria portuguesa de calçado exporta mais de 95% da sua produção”.

A associação enumerou ainda “o impacto da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, o abrandamento da economia europeia e a crise em vários mercados emergentes” como as “principais razões para o corte das estimativas” do Fundo Monetário Internacional (FMI), que “reviu em baixa as perspetivas de crescimento para 2018 e revelou-se menos otimista”.

Também os maiores concorrentes de Portugal, Itália e Espanha, sofreram com este contexto, referiu a APICCAPS.

Ainda assim, a associação faz um balanço positivo da performance de Portugal desde 2010.

Assim, até 2017, “a produção portuguesa de calçado aumentou 34% para 83 milhões de pares. No mesmo período, em Espanha cresceu apenas 7% (para 102 milhões de pares), enquanto Itália, o grande concorrente de Portugal, diminuiu a produção em 6% para 191 milhões de pares”.

Da mesma forma, em termos de valor, “as vendas italianas ao exterior aumentaram 19%”, para 10 mil milhões de dólares (8,7 mil milhões de euros) e “as portuguesas aumentaram 23% para 2,2 mil milhões de dólares [1,9 mil milhões de euros] — recorde absoluto em 2017 – segundo dados do World Footwear Yearbook”, garantiu a APICCAPS.

Para fazer face aos desafios futuros, nomeadamente em termos da redução de valor, “a APICCAPS vai investir, em 2019, mais de 18 milhões de euros em promoção externa para reposicionar o calçado português nos mercados externos”, lê-se na mesma nota.

“A participação nos principais eventos internacionais da especialidade em mais de 15 mercados implicará um investimento na ordem dos 16 milhões de euros. No total, cerca de 200 empresas da fileira vão integrar esta grande ofensiva promocional”, realçou a associação.

Além disso, o setor investirá mais de dois milhões de euros na promoção das marcas.

ALYN // CSJ

Lusa/Fim