PORTUGAL DOS PEQUENINOS PARECE QUE É DE TODOS. JÁ O QUEBEC…

Correio da Manhã Canadá

É sabido que Portugal não tem religião oficial, sendo certo que segundo a Constituição é um Estado laico, não confessional, onde vigora a liberdade de religião e de crença.

Podemos por isso, comparar a realidade da capital de Portugal, por exemplo, à realidade do Canadá: ambas multiculturais, evoluídas e com políticas favoráveis à imigração.

Porém, o Canadá parece estar divido. De um lado, no Quebec aprova-se uma lei que proíbe a utilização de símbolos religiosos no trabalho, a funcionários públicos, como professores, juízes e policias. Do outro lado, há regiões como Brampton que estão contra a “Bill 21”, e até convidam os interessados que querem ‘fugir’ a esta legislação, a procurar emprego na cidade.

O ‘drama’, resume-se, no limite (muito no limite) à simples utilização de objetos e vestuário.

A título de exemplo: em vez de um véu na cabeça ou da quipá, podia ser usada uma fita de cetim. Ora, em vez de um crucifixo, podia ser um peluche do filho ou um amuleto da sorte. Bem, no limite.

A religião, seja ela qual for, deve ser respeitada. E como tudo o resto, que pode ferir suscetibilidades (como diz o meu pai), deve cumprir a norma “a nossa liberdade termina onde começa a dos outros”.

Mas o Quebec não quer símbolos religiosos no local de trabalho e não promoverá os funcionários que infringirem a lei.

No ano passado, na cidade de Viseu, em Portugal, ‘rebentou’ toda uma polémica por causa da retirada de crucifixos dos espaços das autarquias. Uma das denunciantes dizia que esses símbolos deviam ser evitados, apesar de não se opor a que sejam mantidos, nos casos em que as comunidades assim o entendam. É o Portugal das aceitações, pacífico.

Em última análise (e brincando um bocadinho), em Portugal seria difícil proibir o crucifixo ao peito, já que é quase tradição, imposta pelos fãs do Cristiano Ronaldo.

Estaremos ainda a tempo de um referendo no Quebec sobre a questão?