PARTIDOS EUROCÉTICOS DEFENDEM “UNIÃO DE NAÇÕES” ALTERNATIVA À UNIÃO EUROPEIA

LusaPraga, 16 dez (Lusa) — Líderes dos partidos eurocéticos e de extrema-direita defenderam hoje, em Praga, a criação de uma “união de nações” que substitua a atual União Europeia, que acusaram de fazer “tudo mal”.

A líder da Frente Nacional francesa, Marine Le Pen, e Geert Wilders, responsável do Partido pela Liberdade, na Holanda, defenderam a ideia de uma “união de nações” à margem das atuais estruturas comunitárias.

A Holanda “está melhor fora da UE”, disse Wilders, num encontro do Movimento Europa das Nações e das Liberdades, um grupo que reúne partidos de ultranacionalistas com assento no Parlamento Europeu, fundado há dois anos.

Para o dirigente partidário holandês, abandonar a UE “é a única maneira de preservar a soberania, independência e identidade”, razão por que advogou o “bilateralismo” fora do bloco europeu.

Wilders defendeu ainda o Grupo de Visegrado (V4), integrado pela República Checa, Hungria, Polónia e Eslováquia, países que se opõem à política de recolocação de refugiados definida pela UE.

Também Le Pen criticou a UE, que responsabilizou pelo “aumento da pobreza, desemprego e fracassos sociais”, e considerou que o executivo comunitário “fez tudo mal”, defendendo por isso um modelo alternativo, composto por “nações soberanas” que controlem as suas fronteiras.

“Acusamos a União Europeia de matar a Europa. E somos os únicos que podem salvá-la, preservando as nações-Estado”, disse a líder francesa.

Os dois líderes partidários aplaudiram a subida ao poder do partido de extrema-direita Partido Liberal Austríaco, na sequência de um acordo de Governo com o Partido Popular (democrata-cristão), que venceu as eleições legislativas de outubro passado.

“Só resta aplaudir que mais uma vez na Áustria um partido do nosso grupo no Parlamento Europeu seja levado a sério ao ponto de ter a sua oportunidade no Governo”, regozijou-se, em declarações aos jornalistas, Geert Wilders.

Já a presidente da Frente Nacional francesa saudou um “acontecimento verdadeiramente histórico” e afirmou que “outros se irão seguir porque em vários países, a resistência à União Europeia está organizada”.

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