O PREÇO DO MEIO AMBIENTE

Correio da Manhã Canadá

Abril chegou ao Canadá com uma primavera tímida e cheia de mudanças, não tanto no clima, mas mais na carteira dos contribuintes. O governo de Trudeau, em ano de eleições e debaixo de fortes críticas, implementou a 1 de abril a taxa sobre as emissões de carbono, numa tentativa de colocar um custo (e quem sabe um travão) na poluição. Pensando na carteira dos seus contribuintes, quatro províncias mostraram-se contra o imposto.

A previsão é que gradualmente todos os produtos vejam os seus preços inflacionados, à medida que as pequenas, médias e grandes empresas forem vendo crescer a sua fatura de poluição. O governo Liberal promete um mundo melhor, garantindo que as famílias irão ser reembolsadas (algumas com valores superiores aos que gastaram).

Finanças à parte, a real pergunta que se impõe é: colocar um preço na poluição, vai diminuí-la? No mundo consumista em que vivemos, será a punição de um comportamento a opção mais viável, ou seria mais efetivo dar benefícios aos que operam de forma mais amiga do ambiente, recorrendo a veículos elétricos, energias renováveis ou com políticas de embalamento e fabricação mais sustentáveis?

Certo é que as estações do ano estão a mudar. São cada vez mais frequentes os fenómenos naturais mais severos que arrasam tudo à sua passagem, secas, cheias, tufões, terramotos, etc. É cada vez mais incerto como será o nosso clima no futuro, como será o verão para os nossos netos e bisnetos.

Com tanta mudança que já se verifica, ainda há algo que possamos fazer para travar a ânsia de mudança da natureza? Valerá um imposto?