“NUNCA PODERIA GARANTIR” QUE CORRERÁ TUDO BEM NO ACOLHIMENTO DE REFUGIADOS

LusaLisboa, 13 nov (Lusa) – A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, afirmou hoje que, “por muito sucesso” que tenha o programa de acolhimento de refugiados, “nunca poderia garantir que tudo correrá sempre bem”.

A governante falava em audição parlamentar, no âmbito da apreciação na especialidade da proposta do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), quando questionada sobre a situação dos refugiados sírios de Miranda do Corvo, que viram ser cortados os serviços de água e eletricidade.

“Por muito sucesso que tenha o programa de acolhimento, nunca poderia aqui garantir que tudo correrá sempre bem”, afirmou, apontando o caso que o Bloco de Esquerda trouxe para o debate.

No entanto, a ministra referiu que os números indicam uma taxa de 96% do acesso a língua portuguesa, 100% do acesso a cuidados de saúde e 48% no que respeita a integração no mercado de trabalho, no âmbito daquele programa, salientando que este último dado é que mais valoriza, porque “dá uma garantia de autonomização de meios próprios”.

Além disso, “tenho dito muitas vezes, e tive oportunidade de dizer em visitas que fiz a este tipo de instituições, que nós não nos comprometemos a fazer o acolhimento em Lisboa”, prosseguiu.

“Sabemos que a cidade de Lisboa tem hoje problemas de habitação muito graves”, afirmou, apontando que “uma das preocupações deste Governo é a política da habitação”.

Por outro lado, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, adiantou que em matéria de aprendizagem da língua portuguesa, fundamental para a integração, “todos os esforços têm sido feitos”.

Aliás, as ações para aprendizagem do português registaram 392 ações este ano e o programa Speak 136 ações, “abrangendo 167 refugiados”.

Maria Manuel Leitão Marques apontou o programa Speak como um “bom exemplo de inovação social”, considerando tratar-se de uma “iniciativa de sucesso”.

Aliás, “esperamos podermos vir a financiar a sua internacionalização [do Speak]”, um programa “ao serviço de outras pessoas que acolhemos no nosso país, não apenas para a aprendizagem da língua”, mas para aprendizagem mútua para que “possamos aprender a cultura das pessoas que vêm”, disse.

“Considero dos projetos de inovação social mais bem sucedidos, um dos projetos que esperamos encontrar parceria para ser financiado pelo fundo de inovação social que apresentei” na Web Summit, acrescentou a governante.

Sobre o Simplex, um programa que reiterou ser sempre inacabado, disse que o balanço “é manifestamente positivo, em qualquer parte do mundo”.

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