Não-Violência

Correio da Manhã Canadá

No passado domingo, dia 25 de novembro a população de vários países marchou nas ruas pelo fim da violência contra as mulheres, pela igualdade de género e por uma Justiça que não culpabilize as vítimas pelos crimes que sofrem. Constituída em 1999 na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, esta data internacional tem como objetivo despertar reflexões sobre a violência que a maior parte das mulheres sofre em todo o mundo. Esta data foi criada em homenagem a Pátria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas.” Da República Dominicana, as irmãs foram assassinadas no dia 25 de novembro de 1960 por lutar contra a ditadura de Rafael Leônidas Trujillo. Os seus corpos foram encontrados no fundo de uma escarpa, com indícios de estrangulamento com os ossos dos seus corpos completamente desfeitos.

Apesar de ter sido um crime que ocorreu na década de 60, os receios que levaram ao assassínio das irmãs está bem presente no dia a dia do sexo feminino em pleno século XXI com a ascensão da extrema direita em alguns países. Para tentar evitar esta propagação de término de direitos, a organização das Nações Unidas comprometeu-se a intensificar os esforços para encontrar soluções e medidas para deter este flagelo mundial evitável, que tem um impacto prejudicial na vida e na saúde das mulheres e raparigas. A organização recorda também que mais de um terço das mulheres em todo o mundo sofreu violência física ou sexual em algum momento da sua vida. O custo dessa violência pode ascender a cerca de 2% do Produto Interno Bruto Mundial, equivalente a 1,500 milhões de dólares.

Este ano só em Portugal já morreram vítimas de violência de género 24 mulheres. Por todo o mundo ascende a 50 mil. O lugar mais perigoso para as mulheres é a sua própria casa. O número de vítimas que são assassinadas por um homem ou por alguém da sua própria família está a aumentar globalmente. A cada dia que passa 137 mulheres são assassinadas, o que equivale a 6 por hora.

Apesar de campanhas recentes como a #MeToo, em que centenas de mulheres denunciaram publicamente o assédio de que foram ou são vítimas, mesmo assim o número de feminicídios aumentou nos últimos seis anos. As reivindicações não devem partir apenas das mulheres, mas também de todos os homens que devem estar mais envolvidos em combater normas de género nocivas que causam milhares de homicídios por ano.