MERCADO DE COMPRA E VENDA DE CASAS ENCERRA 2018 COM EXPETATIVAS “POUCO ANIMADORAS”

LusaLisboa, 07 fev (Lusa) — Os operadores do mercado de compra e venda de casas em Portugal encerraram 2018 com expetativas de vendas de curto-prazo “pouco animadoras”, devido à tendência de enfraquecimento da procura, segundo um inquérito hoje divulgado.

Com base nas respostas de 150 inquiridos de empresas do setor imobiliário ao inquérito ‘Portuguese Housing Market Survey'(PHMS), em relação a dezembro de 2018, a tendência de desaceleração da procura, que tem sido reportada nos últimos meses, é uma das principais causas apontadas para o enfraquecimento das expetativas dos inquiridos, assim como a queda consistente no número de novos imóveis a entrarem em oferta no mercado.

Neste sentido, os dados do PHMS de dezembro revelam que “a procura no mercado de compra e venda, medida através das novas consultas por potenciais clientes, voltou a deteriorar-se neste mês, com este indicador a exibir uma leitura negativa nas três regiões cobertas pelo inquérito, nomeadamente Lisboa, Porto e Algarve”.

Além do enfraquecimento da procura, as vendas acordadas “caíram ligeiramente” durante o mês de dezembro, quando nos dois anteriores inquéritos (outubro e novembro de 2018) este indicador tinha se mantido “relativamente estável”, de acordo com a informação do PHMS.

Em relação à oferta de casas no mercado residencial, aponta que “o número de novas angariações voltou a cair em dezembro, apresentando a leitura mais fraca desde que o inquérito foi lançado, em 2010”.

No que diz respeito aos preços, “continuam a subir, ainda que o ritmo de crescimento tenha desacelerado consideravelmente nos últimos seis meses”, apurou o inquérito PHMS, indicando que “as perspetivas de curto prazo relativamente à evolução dos preços são agora ligeiramente negativas, embora as expetativas a 12 meses ainda apontem para que os preços estejam mais elevados no final de 2019”.

“Na verdade, os operadores estimam uma subida de 3% dos preços no Porto e de pouco mais de 2% em Lisboa e no Algarve nos próximos 12 meses”, avançou o inquérito.

Sobre o índice de confiança nacional (uma medida combinada entre as expetativas de curto prazo relativas aos preços e às vendas), este “escorregou para -4” em dezembro, face aos 16 registados em novembro.

“Com as expetativas de 12 meses relativas aos preços ainda positivas, muito do pessimismo parece estar concentrado nas perspetivas de curto prazo, mais do que na visão de longo prazo”, reforçou o PHMS.

No mercado de arrendamento, ainda que a procura tenha crescido uma vez mais durante o mês de dezembro, “o ritmo de crescimento arrefeceu de forma clara nos últimos tempos, com as expetativas de subida das rendas a três meses a exibirem uma tendência de estabilização pela primeira vez desde 2015”, acrescentou.

Desenvolvido pela empresa independente Confidencial Imobiliário e pelo ‘Royal Institution of Chartered Surveyors’ (RICS), instituto que dá formação a profissionais que trabalham na avaliação, mediação e gestão em todo o ciclo do imobiliário e da construção, o PHMS é um inquérito mensal que reflete o sentimento de promotores e mediadores imobiliários que operam no mercado residencial nas regiões metropolitanas de Lisboa, Porto e Algarve.

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