ME TOO CHEGA À MODA

Correio da Manhã Canadá

Desde 2017 que caiu nas bocas do mundo o Movimento ME TOO que urge contra o assédio sexual e a agressão sexual. De repente começou a ser falado e discutido abertamente o que todos sabiam, mas ninguém tinha coragem de dizer em voz alta: o assédio sexual no local de trabalho é uma realidade antiga.

A onda de denúncias começou em Hollywood, com grande mediatísmo das múltiplas acusações contra Harvey Weinstein. Desde então, milhares de mulheres tornaram públicos casos de assédio nas mais diferentes posições, desde as forças armadas, ao próprio presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Esta semana o império da roupa interior foi atacado com mais um escândalo de assédio sexual. A marca Victoria’s Secret pode estar por um fio.

Há notícias que nos surpreendem, outras que nem tanto. Mulheres bonitas em roupa interior vítimas de assédio sexual… surpreende apenas pela tardia exposição do caso.

Serão poucas as mulheres que podem garantir que nunca sofreram qualquer tipo de assédio no local de trabalho, sobretudo na comunidade portuguesa. Para muitos patrões é praticamente automático que uma funcionária do sexo feminino tenha de ser constrangida com comentários sexistas e muitas vezes propostas de cariz pessoal e sexual.

Provar este tipo de situações é difícil e muitas vezes acaba por ser mais prejudicial para a vítima do que para o abusador.

Muitas pessoas não sabem (ou preferem ignorar) que o assédio sexual não se resume apenas a atos, mas que palavras muitas vezes ferem ainda mais. Além de serem ofensivos, muitos destes ataques demonstram discriminação por género, porque se muitos homens ouvissem da boca de patrões o que muitas mulheres ouvem, provavelmente o patrão iria acabar com menos dentes e com um olho negro.