LIBERDADE DE EXPRESSÃO EM RISCO

Correio da Manhã Canadá

Victoria Marinova, jornalista búlgara de 30 anos estava a investigar um caso de corrupção e mau uso de financiamentos europeus. Foi violada, agredida e sufocada até à morte. Os líderes da União Europeia pediram na segunda-feira à Bulgária para avançar com uma Investigação ao homicídio de Marinova que foi encontrada morta no sábado num parque perto do rio Danúbio, em Ruse.

A jornalista estava a investigar um caso de corrupção com fundos financeiros da União Europeia. O ministro da Administração Interna búlgaro Mladen Marinov, afirma que não existem
indicações de que o homicídio tenha sido motivado pelo seu trabalho. Mas Marinova integrava uma equipa de Investigação que iria revelar em breve mais informações. Bruxelas sublinhou o trabalho da jornalista, sugerindo que os criminosos teriam como motivação silenciá-la.

A organização Repórteres sem Fronteiras defendeu que os jornalistas do canal de televisão onde Marinova trabalhava, a estação TVN, deviam ter proteção policial durante as suas investigações.

Marinova é a terceira jornalista na União Europeia a ser morta nos últimos 12 meses.

Em outubro de 2017 Daphne Caruana Galizia, jornalista de Malta, de 53 anos, foi morta com uma bomba no seu carro. Em fevereiro, Ján Kuciak, jornalista de 27 anos eslovaco, foi morto a tiro. As autoridades acreditam que foi assassinado devido à investigação que fazia a um caso de corrupção política com ligações ao crime organizado italiano.

Segundo o índex de liberdade de imprensa mais recente, a Bulgária está em 111° lugar num total de 180 países, o pior de todos os países da União Europeia e ainda abaixo de outros países dos Balcãs, alguns deles candidatos a integrarem a União Europeia.

Em outubro do ano passado, centenas de jornalistas búlgaros manifestaram-se na capital do país contra as ameaças do vice-primeiro-ministro Valeri Simeonov, que acusava os jornalistas de lançarem “uma campanha massiva de difamação” contra ele.

Penso que todos nós já ouvimos mais líderes políticos a atacar a liberdade de imprensa e o direito à informação. Na era das chamadas “fake news” e de ataques sucessivos aos media estamos a viver numa era perigosa em que é possível que com os novos desenvolvimentos da política internacional estejamos perto de uma época muito difícil na nossa sociedade. Adolf Hitler também foi eleito democraticamente.