“HABEMUS” ACORDO

Correio da Manhã Canadá

Depois de vários meses em negociações, 14 para ser mais exato, o acordo comercial entre os Estados Unidos, México e o Canadá foi assinado no domingo, poucas horas antes do prazo terminar. Não é o NAFTA 2.0, como o primeiro-ministro do Canadá Justin Trudeau o chegou a chamar, mas sim o United States-Mexico-Canada Agreement, ou seja USMCA, que deverá ser assinado em Novembro, e depois submetido ao Congresso americano para aprovação.

Este acordo coloca também um ponto final num período de incerteza para as empresas que dependem desta zona livre de tarifas, onde as trocas comerciais ascendem a um bilião de dólares anualmente e de turbulência nas relações entre os Estados Unidos e o Canadá, tradicionalmente aliados no comércio e na segurança interna.
“É um dia bom para o Canadá”, assinalou Trudeau. Apesar do acordo manter praticamente intatos vários princípios do tratado anterior, que Trump apelidava de “desastroso”.

No âmbito do novo acordo, o Canadá concordou em dar acesso aos produtores de leite dos Estados Unidos a cerca de 3,5 % do seu mercado de lacticínios de aproximadamente 16 mil milhões de dólares anuais, uma medida já contestada pelos produtores canadianos do setor. O acordo também exige que a maioria das peças de um automóvel sejam fabricadas em áreas da América do Norte, com o objetivo de transferir empregos do México para os Estados Unidos. No entanto, o USMCA não resolveu o problema das tarifas sobre o aço e o alumínio.

A notícia deste acordo foi bem recebida pelos mercados, com o peso mexicano a subir nesta altura, 0,95% face ao dólar para o valor mais alto desde o início de agosto, e o dólar canadiano a valorizar 0,9% para máximos de maio.
É caso para dizer que depois de mais de um ano a sair fumo negro das chaminés dos trêspaíses, no domingo, uma hora antes do prazo terminar finalmente saiu fumo branco do acordo USMC e pode-se gritar “Habemus”, não Papa, mas sim acordo entre o Canadá, Estados Unidos e México.