GOVERNADOR DE PROVÍNCIA ANGOLANA EXONERA GESTORES HOSPITALARES POR INDISCIPLINA E BRUXARIA

Luanda, 20 fev 2020 (Lusa) — O governador da província angolana da Lunda Norte, Ernesto Muangla, exonerou a direção do maior hospital da província por “indisciplina dos gestores” que permitiram “rituais tradicionais e de bruxaria” numa das salas de internamento, foi hoje noticiado.

Segundo Ernesto Muangala, os gestores do hospital geral David Bernardino Camanga, na centralidade do distrito do Mussungue, foram exonerados por “indisciplina” tendo em conta o “incumprimento” das ordens superiores do governo provincial e do gabinete provincial da saúde.

“O hospital não pode continuar a suportar os encargos de pessoal com as despesas de bens e serviços, isto é, dinheiro destinado a aquisição de medicamentos para a aquisição de bens alimentares, papéis, pagamento de algum pessoal contratado, entre outros”, disse o governante citado pela imprensa local.

A apresentação de um profissional de saúde na unidade hospitalar “em estado de embriaguez” foi igualmente apontado por Ernesto Muangala como um ato de indisciplina consentido pela anterior gestão.

Esta é a terceira vez que o governo da província da Lunda Norte, leste de Angola, exonera a direção da unidade hospitalar apontando a “indisciplina” entre os motivos.

Recentemente, circulou pelas redes sociais um vídeo onde duas mulheres semi-despidas, procediam a rituais de macumba (feitiçaria), com cânticos e ‘xinguilamentos’ (comunicação em transe), a um paciente internado no hospital geral do Mussengue.

O ato mereceu também condenação e repúdio de Muanguala: “Não podemos permitir a convivência da medicina moderna com macumbas como aconteceu muito recentemente no maior hospital da nossa província”, notou.

Na ocasião, o director do gabinete provincial da Saúde da Lunda Norte, Gime Nhunga, adiantou que foi instaurado um processo de averiguação e que as envolvidas estão já a prestar esclarecimentos ao Serviço de Investigação Criminal (SIC).

“Internamente, no hospital, estamos a tomar as medidas em relação à equipa que esteve em serviço, porque não é permissível que as mesmas [as senhoras] tivessem acesso à sala de observação”, sublinhou.

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