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Correio da Manhã Canadá

Há uma semana escrevíamos, neste mesmo espaço do jornal, sobre o coronavírus. O assunto, contudo, tem estado na mira da imprensa canadiana e internacional há dois meses, encabeçando um momento particular de saturação mediática à escala global, à semelhança de outras epidemias no passado, como a gripe das aves ou o ébola.

Ler sobre o coronavírus pode já ser uma tarefa cansativa para muitos, mas nem por isso menos necessária. A elevada incerteza em torno da epidemia, aliada ao facto de afetar tantos países do mundo, faz com que o assunto seja absolutamente incontornável do ponto de vista mediático, e impossível de ignorar pelos profissionais da comunicação social.

Por outro lado, momentos destes também servem para refletir sobre a nossa capacidade de “descomprimir” determinado assunto, olhando para outros que, apesar de comparativamente secundários, também merecem atenção. Nesta edição do Correio da Manhã Canadá, propomos uma leitura atenta a várias notícias do COVID-19.

A emancipação feminina é um dos temas que se viu “abafado” por estes dias e ao qual queremos restituir a devida atenção. No passado domingo, dia 8 de março, assinalou-se mais um Dia Internacional da Mulher, este ano, sob o tema “an equal world is an enabled world” ou, traduzindo para português, “um mundo igualitário é um mundo capacitado”, com o objetivo de encorajar a discussão mundial em torno da igualdade de género.

Nesta edição, viajamos até às origens do Dia Internacional da Mulher, instituído em 1975 pela Organização das Nações Unidas, lembrando também algumas mulheres marcantes da história do Canadá e de Portugal, desde a portuguesa Inês de Castro à canadiana Roberta Bondar. Na próxima edição, sexta-feira, mostramos como foi celebrada a efeméride entre os luso-canadianos, nomeadamente no Centro Cultural Português de Mississauga.

Importa lembrar que, apesar dos inúmeros avanços históricos, a desigualdade de género está longe de ser um problema erradicado. Até na Europa Ocidental, bastião da igualdade entre homens e mulheres, a paridade de género situa-se ainda nos 76,7%. E porque não refletir sobre este número, a par das estatísticas relativas ao coronavírus?