ECONOMIA DE ANGOLA DEVERÁ CRESCER ENTRE 2,2 E 2,5% – FMI

LusaLuanda, 24 mai (Lusa) – O representante residente do Fundo Monetário Internacional em Angola disse que a economia angolana deverá registar um crescimento este ano de 2,2% e 2,5% em 2019, fruto do aumento do preço do petróleo e da produção do gás natural.

Max Alier apresentou hoje o tema sobre Contexto Atual da Economia Mundial e Perspetivas para Angola, num seminário realizado em Luanda sobre Finanças Públicas, promovido pelo Governo angolano.

Segundo o responsável, o aumento do preço do petróleo tem tido dois efeitos positivos no setor petrolífero, um direto e outro indireto, que tem a ver com novos investimentos feitos no setor petrolífero.

“E isso inclui Angola, o qual é fundamental porque na descoberta de petróleo, é o que vai ajudar Angola a manter a produção de petróleo nos níveis atuais”, disse.

Esta previsão contrasta com os 4,9% de crescimento económico esperados pelo Governo angolano para este ano.

Relativamente ao setor não petrolífero, Max Alier disse que um regime de câmbio mais flexível e uma alocação mais eficiente das divisas vai ter um efeito positivo neste setor.

“Aqui passou-se de um sistema de venda direta de divisas, um sistema no qual o Banco Nacional de Angola vende divisas através de leilões”, disse.

Por isso, uma das recomendações que deixou foi de continuar com o regime flexível, para “a cada dia mais acabar com as vendas diretas” e “gradualmente ir acabando com as filas que há nos bancos”, o que fará ainda com que se feche “a brecha que existe atualmente entre o mercado do câmbio oficial e o paralelo”.

Segundo o responsável, o indicador de confiança de negócios para Angola também está a ser recuperado, com melhorias já registadas em 2017, contudo ainda há desequilíbrios na economia, sendo uma das suas manifestações a inflação, que começa a baixar, mas ainda regista níveis relativamente altos, na casa dos dois dígitos.

Sobre a dívida do setor público, o representante residente do FMI em Angola disse que em 2017 caiu pela apreciação real da moeda nacional e este ano espera-se que aumente um pouco devido à desvalorização do kwanza, mas as projeções indicam que a dívida entrará numa trajetória decrescente.

“E achamos que até 2023, o nível de dívida cairá para cerca de 60% que é a meta que o Governo tem no seu Plano de Estabilização Macroeconómica”, referiu.

Como recomendação, Max Alier sugeriu o alargamento da base tributária de Angola, diminuindo a sua dependência do petróleo, o que pode passar por exemplo, como o Governo já manifestou, a implementação do IVA.

Como desafios apontou a criação de condições para melhorar o ambiente de negócio, já avançadas com a aprovação de duas leis da Competitividade e a do Investimento Privado.

“São duas leis que estão a ir no sentido certo. Porém, falta muito para ser feito na parte estrutural para melhorar o ambiente de negócios, diminuir os custos no setor petrolífero e assim eventualmente criar condições para indústrias não petrolíferas emergirem em Angola, frisou.

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