CONTRIBUIÇÃO VS PARALISAÇÃO

Correio da Manhã Canadá

O Canadá vai contribuir com 50 milhões de dólares para uma instituição de caridade global para a educação infantil. O primeiro-ministro Justin Trudeau aproveitou o facto de várias celebridades se terem reunido em Joanesburgo no domingo, para o Global Citizen Festival: Mandela 100, um concerto solidário que homenageia Nelson Mandela um século depois de ter nascido, para publicar esta contribuição na rede social Twitter, uma promessa que rapidamente atraiu críticas pelo o conteúdo da mensagem, e pela forma como foi entregue.

Apesar da notícia ter sido recebida com agrado pelo anfitrião do evento, Trevor Noah, no Canadá as críticas não pararam de chover. O líder conservador acusou Trudeau de gastar milhões de dólares para impressionar celebridades. Mas a realidade é que este financiamento é parte de uma ajuda de 400 milhões já anunciada previamente durante a cimeira dos G7 que se realizou no Quebec em junho. Sejamos realistas, 50 milhões para ajudar a educação de meninas em lugares como campos de refugiados e zonas de guerra são uma ninharia. Quando meninas de 4 e 5 anos continuam a ser violadas em campos de refugiados não é apenas o Canadá, ou Justin Trudeau que têm de contribuir, mas todos nós.

Em Portugal e com 2019 já a bater à porta, continuam as greves. Médicos, enfermeiros, comboios, metro, professores, juízes, bombeiros ou mesmo guardas prisionais. Diferentes profissões, mas uma palavra em comum: greve. Desde o início do corrente ano têm sido várias as paralisações que dão praticamente uma greve por semana. A greve é um direito. E todas as reivindicações são legítimas e se são atendidas por quem decide isso já é outra conversa. Mas a verdade é que estes tempos de paragem acabam por ter consequências no funcionamento dos serviços. No espaço de um ano, o número de dias de greve na saúde portuguesa disparou para 70%. Muitas cirurgias tiveram que ser reagendadas, algumas delas apenas para o próximo ano.

Contudo, as conflitualidades nos setores fizeram sentir-se não tanto no número de paralisações, mas sobretudo no impacto que acaba por ter na vida dos utentes.