CIRURGIA DEIXOU JOVEM QUASE CEGO

José Branco diz que médico não avisou dos riscos associados (Foto de Vítor N. Garcia)
José Branco diz que médico não avisou dos riscos associados (Foto de Vítor N. Garcia)
José Branco diz que médico não avisou dos riscos associados (Foto de Vítor N. Garcia)
José Branco diz que médico não avisou dos riscos associados (Foto de Vítor N. Garcia)

A Ordem dos Médicos abriu um processo disciplinar a um oftalmologista do Hospital Cuf Infante Santo, em Lisboa, na sequência da queixa apresentada por um doente. O paciente, de 25 anos, acusa o médico de negligência e erro médico por deixá-lo quase cego do olho direito e de ficar a ver mal do esquerdo, após duas cirurgias. A família vai recorrer para a Justiça.
Eduardo Branco, residente em Corroios, Seixal, conta ao CM que ficou com 10% da visão no olho direito e 80% no esquerdo, após as cirurgias efetuadas em setembro e outubro de 2010, e pelas quais pagou dois mil euros. “Cheguei a pensar no suicídio devido ao pesadelo por que passei”, desabafa o jovem, acrescentando que quis fazer a cirurgia para tratar a hipermetropia (dificuldade em ver perto), estrabismo (perda do paralelismo entre os olhos) e falta de acomodação visual. “Antes, usava óculos”, explica, acrescentando que logo após as cirurgias não conseguia ver nem ler legendas na televisão, tendo passado a ver a forma dos objetos alterada, além de ter dupla visão. “Não conseguia ver o que tinha no prato para comer, não podia conduzir, não podia fazer nada”, relata o jovem.
José Branco, pai de Eduardo, salienta que o médico fez a cirurgia com o laser Lasik, um procedimento que altera a forma da córnea, mas que não terá avisado dos riscos associados a este tipo de cirurgia nem avisado que Eduardo não “reunia os critérios” para se candidatar a esse tratamento. O médico “nunca quis explicar porque é que fiquei a ver pior após as cirurgias”, refere Eduardo. Em 2011 e 2012, o jovem contactou várias vezes o oftalmologista, para que lhe disponibilizasse as lentes necessárias para poder recuperar a visão, mas como não teve resposta, avançou com as queixas.