Campanha para as eleições federais prometem ser duras e sujas

Correio da Manhã Canadá

Foi no dia 11 de setembro que Justin Trudeau dissolveu o parlamento e convocou eleições para decidir se iremos conhecer o 24º Primeiro-Ministro da História do Canadá ou se o líder do partido liberal manterá as funções. Ao todo, são 40 dias e 40 noites de uma campanha que promete ser suja, dura, e renhida até ao fecho das urnas. Aqueles que concorrem para destronar o atual Primeiro-Ministro, tentaram logo denegrir Trudeau por este ter feito o anúncio no dia 11 de setembro, uma data em que os novos vizinhos ao sul lembram a tragédia de 2001, acusando-o de insensibilidade e de falta de respeito. A tentativa não colou. Depois, houve um coro de críticas ao atual Primeiro-Ministro por não ter comparecido ao primeiro debate da campanha. De novo, o movimento voltou a cair e Trudeau parece ter escapado a estragos maiores. Do outro lado, Trudeau e o partido liberal, que prometeram fazer uma campanha limpa, já quebraram a promessa e têm mantido um ataque aceso ao seu principal rival, Andrew Scheer, insistindo particularmente em ocorrências de há mais de uma década e trazendo a descoberto o passado obscuro de alguns candidatos do partido conservador. Adivinha-se que os ataques a Trudeau se intensifiquem por culpa do escândalo de SNC-Lavalin uma vez que Jody Raybould Wilson se prepara para lançar um livro que fala da relação do Canadá com o povo indígena e no qual se espera que faça revelações bombásticas sobre o escândalo. Se Jagmeet Singh conseguiu, nestes últimos dias, ultrapassar Os Verdes de Elizabeth May e colocar o NDP no terceiro lugar das projeções eleitorais, o certo é que a luta pelo controlo do parlamento será entre Scheer e Trudeau. Até lá, apertem os cintos e preparem-se para uma campanha de contra-ataque em vez de uma constituída por ideias construtivas que ajudem ao progresso do Canadá.