BOLSAS PARA OS PALOP RESPONDE A “AMBIÇÃO” DE MOBILIDADE ÁGIL NA CPLP – ORGANIZAÇÃO

LusaLisboa, 26 mai 2019 (Lusa) – A diretora do escritório em Portugal da Organização de Estados Ibero-Americanos, Ana Paula Laborinho, sublinhou hoje que a atribuição de bolsas a estudantes dos países africanos de expressão portuguesa responde à “ambição e necessidade de mobilidade ágil da CPLP”.

Ana Paula Laborinho acentuou, em declarações à agência Lusa, que o projeto-piloto, dinamizado pelo escritório em Lisboa da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), permite também que, no espaço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), se aprofunde “a cooperação entre instituições de ensino superior, o que só se tornou possível através de um esforço colaborativo em que instituições de origem e de acolhimento se empenharam”.

“O programa, pelas suas características, serve também para estabelecer uma relação de confiança institucional que permite estender a cooperação à mobilidade de docentes, à investigação e até à dupla titulação. Importa ainda referir que as mobilidades se podem fazer nos dois sentidos, embora este projeto-piloto envolva na sua totalidade estudantes dos PALOP que se encontram em mobilidade em universidades e politécnicos de Portugal”, disse Ana Paula Laborinho.

A responsável acrescentou que, neste processo, já “várias instituições de origem pediram que fosse dada prioridade aos seus docentes que preparam doutoramentos, o que servirá a melhoria da qualidade de ensino”.

Atribuindo 21 bolsas neste segundo semestre, o Programa de Mobilidade Académica Paulo Freire – PALOP, que será apresentado na segunda-feira, na sede da CPLP, em Lisboa, visa “promover a aproximação e a partilha de uma experiência bem sucedida de mobilidade académica inspirada no modelo europeu”.

A diretora do escritório da OEI em Portugal assinalou que “os beneficiários são estudantes de licenciatura, mestrado e doutoramento que frequentam um semestre na instituição de ensino superior de acolhimento, sendo as unidades curriculares reconhecidas pelas instituições de origem”.

O Programa Paulo Freire, criado em 2014, na Conferência Ibero-Americana de Ministros da Educação, insere-se na estratégia da OEI de “aproximação aos países da CPLP, tendo em conta a cooperação já existentes entre países e a proximidade cultural e linguística”.

“A criação da representação da OEI em Portugal (Estado-Membro desde 2002) teve também como uma das suas linhas estratégicas incrementar a parceria com a CPLP e, nesse sentido, a OEI submeteu a sua candidatura a Observador Associado, tendo sido admitida na Cimeira do Sal, em 2018”, referiu.

O programa de mobilidade académica direcionado para os PALOP permite que estudantes do Instituto Superior de Educação de Huíla, de Angola, da Universidade de Cabo Verde, da Escola Nacional Superior Tcho Tê, da Guiné-Bissau, da Universidade Pedagógica de Moçambique e da Universidade de São Tomé e Príncipe possam realizar a graduação ou pós-graduação em formações conducentes à profissão docente.

Os estudantes frequentam um semestre em regime de mobilidade nas Universidades de Lisboa (Instituto da Educação e Faculdade de Letras) do Porto, do Minho, de Aveiro e nos Institutos Politécnicos de Bragança, Leiria e Beja.

A sessão do programa de mobilidade académica para estudantes de ensino superior será com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, do secretário de Estado da Ciência e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, do secretário-geral da OEI, Mariano Jabonero, do secretário executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Teles, e da diretora da OEI Portugal, Ana Paula Laborinho.

JOP // PVJ

Lusa/Fim