ATÉ ONDE IRÁ A DISPUTA ENTRE A CHINA E O CANADÁ?

Correio da Manhã Canadá

Há quase um ano que assistimos à escalada de tensões entre a China e o Canadá. Em dezembro do ano passado, as autoridades canadianas prenderam a dirigente da Huaweii, Meng Whanzou, a pedido dos Estados Unidos, e, desde então, a relação azedou em palavras e, pior do que isso, em ações. Diplomatas foram presos, exportações foram restringidas, farpas públicas foram trocadas. A solução parece tudo menos à vista.

O último episódio aconteceu há poucos dias. Perante os intensos protestos em Hong Kong, na sequência do projeto de lei que prevê que o estado chinês possa extraditar suspeitos para a China, a ministra dos Negócios estrangeiros, Chrystia Freeland, apelou ao respeito pelas “liberdades fundamentais, incluindo a liberdade de reunião pacífica”, co-assinando o comunicado com a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini.

A resposta veio em tom de reprimenda, sem rodeios ou demora. O Canadá deve “parar imediatamente de se intrometer em assuntos de Hong Kong e nos assuntos internos da China. Na atual circunstância, deve ser cauteloso nas suas palavras e ações relacionadas com Hong Kong”, pôde ler-se no site da embaixada chinesa no Canadá.

A cerimónia, o cuidado e a ponderação, típicas (e muito necessárias) na diplomacia deixaram de fazer parte das regras do jogo. Neste cenário, não podemos deixar de nos questionar: até onde irá esta disputa? Qual o papel dos outros países na resolução do problema? Estaremos perante um conflito que envolve duas ou três nações ou será esta apenas a “ponta do iceberg” de uma bipolarização mundial que está prestes a explodir? Perguntas de difícil resposta e que certamente continuarão na ordem do dia. Aguardemos o próximo episódio.