APROVADA AUDIÇÃO URGENTE DE SANTOS SILVA NO PARLAMENTO SOBRE CIBERATAQUES

LusaLisboa, 13 mar (Lusa) — Os deputados da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros aprovaram hoje um pedido do CDS-PP para audição urgente, à porta fechada, a propósito de declarações “surpreendentes e muito preocupantes” do ministro dos Negócios Estrangeiros sobre ciberataques a Portugal.

O deputado centrista Filipe Lobo d’Ávila disse à Lusa que o requerimento foi aprovado pelo PS, PSD e CDS, tendo o PCP e o Bloco de Esquerda estado ausentes da votação, hoje na reunião da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.

O pedido de audição surge na sequência de declarações de Augusto Santos Silva, numa audição nesta comissão sobre a base das Lajes, nos Açores, a 28 de fevereiro.

Na ocasião, o chefe da diplomacia portuguesa afirmou existir “uma campanha geopolítica, geoestratégica de uso sistemático de desinformação em ataques de que o nosso país e a aliança democrática e militar a que pertencemos [NATO] é alvo” e que só é possível contrariar “com a verdade dos factos”.

“Sobre esta dimensão, só posso falar indiretamente, mas se a comissão quiser ouvir-me à porta fechada, eu posso dizer coisas que não posso dizer à porta aberta”, disse Santos Silva.

No requerimento, o CDS-PP afirma compreender “a reserva manifestada pelo próprio ministro em abordar o assunto à porta aberta”, pelo que “solicita a presença urgente do ministro dos Negócios Estrangeiros na Comissão para realização de audição à porta fechada”.

À Lusa, Lobo d’Ávila considerou que estas declarações de Santos Silva são “surpreendentes e muito preocupantes”, recordando que a NATO já relatou ser alvo de cerca de 500 ataques por mês, um aumento de 60% face a 2015.

No requerimento, o CDS lembrava que as informações transmitidas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros aos parlamentares “coincidem com a publicação do relatório da agência europeia para a segurança das redes e da informação, que analisa as vulnerabilidades e as repercussões dos ataques ‘ciber’ observados nos Estados europeus e em relação aos quais o Estado português não é obviamente exceção”.

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