A PARTILHA DA CORRUPÇÃO PELOS PAÍSES IRMÃOS

Correio da Manhã Canadá

Esta semana assistimos ao julgamento da decisão do habeas corpus para tentar evitar a prisão do ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, antes que se esgotem todos os recursos a instâncias superiores. Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e branqueamento de capitais, no âmbito da operação Lava Jato. Numa sessão que durou mais de 9 horas, a própria presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) teve que desempatar a votação, e foi assim rejeitado o habeas corpus.

A sua prisão foi decretada pelo juiz Sérgio Moro. Esta decisão desencadeou protestos um pouco por todo o país, uns a favor e outros contra a sua prisão. Após dois dias no Sindicato dos Metalúrgicos o ex-presidente entregou-se finalmente à justiça, e foi encaminhado para Curitiba, onde irá cumprir a sua pena. Mas mesmo a cumprir pena de prisão o PT pretende registrá-lo como candidato a Presidente da República, com as eleições a realizaram-se já no próximo outubro. Lula da Silva lidera neste momento as intenções de voto, e poderá mesmo a governar o país a ver o “sol aos quadradinhos”.

Se no Brasil existe a operação Lava Jato, em Portugal está a ser julgada a Operação Fizz, que envolve o antigo vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, acusado de corrupção ativa, branqueamento de capitais, violação do segredo de justiça e falsificação de documentos. Portugal não só descobriu o Brasil como ainda tem bastante coisas em comum, como a corrupção. Iremos acompanhar o desenvolvimento destes julgamentos nas próximas semanas.

Na semana que passou assistimos também ao falecimento de Winnie Mandela. Ícone da luta contra o apartheid morreu aos 81 anos. Foi a segunda mulher de Nelson Mandela com quem esteve casada de 1958 a 1996. Apesar de ter sido considerada por muitos como a “mãe da nação”, da África do Sul, no relatório da Comissão da Verdade e Reconciliação escreve-se que foi “política e moralmente responsável por grosseiras violações de direitos humanos.”, e não é uma figura consensual no país. Por nunca ter desistido de lutar contra um sistema desumano, e da sua contribuição na libertação do povo da África do Sul, irá continuar a ter um lugar nos corações de milhares de sul-africanos, e são essas as razões porque será lembrada, não pelos erros que cometeu.

O governo provincial de Ontário anunciou também esta semana um investimento para apoiar os media multiculturais. O Ontário Cultural Media Fund apresentado pela Premier Kathleen Wynne na passada quarta-feira, visa manter a ligação entre o governo, e a língua de origem das várias comunidades que existem na província. A Premier não deixou de aplaudir o trabalho do jornalismo multicultural e a sua necessidade para Ontário.