47 MIGRANTES RESGATADOS PELO SEA WATCH 3 IRÃO DESEMBARCAR

LusaRoma, 30 jan (Lusa) — Os 47 migrantes que estão há onze dias no barco humanitário Sea Watch 3 irão desembarcar nas próximas horas, depois de alcançado um acordo de transferência com seis países europeus, incluindo Portugal, anunciou hoje o primeiro-ministro italiano.

Giuseppe Conte explicou, numa conferência de imprensa durante uma cerimónia em Milão, que o desembarque acontecerá depois de seis países, Alemanha, Portugal, França, Roménia, Malta Luxemburgo terem respondido ao apelo para realocarem estas pessoas.

O navio Sea Watch 3, da organização não-governamental (ONG) alemã homónima, salvou a 19 de janeiro essas 47 pessoas, entre as quais menores desacompanhados, que viajavam num barco próximo da costa da Líbia.

Há vários dias o navio estava próximo da costa de Siracusa (na Sicília) refugiando do mau tempo na região.

Quatro cidadãos da Guiné-Bissau estão entre os 47 migrantes resgatados pelo navio “Sea Watch 3”, relatou na terça-feira à Lusa uma médica portuguesa que integra a missão de resgate.

Em contacto telefónico a partir de Lisboa, a infeciologista Catarina Paulo precisa que entre estas quatro pessoas oriundas da Guiné-Bissau, que integram este novo grupo de migrantes resgatado no Mediterrâneo no passado dia 19 de janeiro, está um rapaz menor não acompanhado.

Os 15 menores que se encontram a bordo do “Sea Watch 3” têm entre os 14 e os 17 anos.

A par da Guiné-Bissau, os migrantes resgatados pela atual missão da ONG alemã (a 18.ª) são oriundos da Guiné-Conacri e do Senegal (a grande maioria), mas também da República Centro-Africana, Costa do Marfim e da Gâmbia.

Entre os migrantes que estão neste momento a bordo do navio “Sea Watch 3”, uma grande parte foi vítima de violência durante a sua passagem pela Líbia, país que se tornou a placa giratória para centenas de milhares de migrantes que tentam alcançar a Europa através do Mediterrâneo.

Cerca de 5.757 migrantes e refugiados chegaram à Europa por via marítima nos primeiros 27 dias deste ano, um pequeno aumento face às 5.502 chegadas registadas no mesmo período de 2018, divulgou hoje a Organização Internacional das Migrações (OIM).

As mortes registadas nas três principais rotas do mar Mediterrâneo – Mediterrâneo Oriental (da Turquia para a Grécia), Mediterrâneo Central (da Líbia para Itália) e Mediterrâneo Ocidental (de Marrocos para Espanha) — foram 207 nestas primeiras quatro semanas do ano, de acordo com os mesmos dados.

No ano passado, no mesmo período, foram contabilizadas 242 mortes.

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