30 PORTUGUESES POR LOCALIZAR NA CIDADE DA BEIRA APÓS CICLONE IDAI

LusaMaputo, 20 mar – Trinta portugueses estão por localizar na cidade da Beira depois da destruição provocada pelo ciclone Idai na quinta e sexta-feira, disse hoje o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, em Maputo.

“Há ainda portugueses que não estão localizados: temos na embaixada 30 pedidos de localização”, referiu o governante, poucas horas depois de ter chegado a Maputo, de onde seguirá num voo doméstico para a cidade da Beira.

A informação foi dada após um encontro com a embaixadora de Portugal em Maputo, Maria Amélia Paiva.

Por um lado, há 30 pedidos de localização, por outro, há 100 contactos (com portugueses e não só) feitos pela comunidade portuguesa da cidade da Beira, junto dos quais José Luís Carneiro vai tentar descobrir quem está por encontrar.

É a “tranquilidade das famílias” que está em causa, sublinhou.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas vai reunir-se a partir de quinta-feira com a comunidade portuguesa na Beira para avaliar a mobilização de recursos do Estado português para os auxiliar.

Entre os principais problemas está “a destruição de habitações e empresas”, concluiu.

Antes de seguir para a cidade da Beira, pelas 20:45 (18:45 em Lisboa), José Luís Carneiro tinha um encontro marcado com a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Maria Manuela Lucas.

O encontro deverá servir para articular, entre governos, o apoio de Portugal na sequência do ciclone Idai.

A passagem do ciclone Idai em Moçambique, Maláui e Zimbabué já provocou mais de 300 mortos, segundo balanços provisórios divulgados pelos respetivos governos.

Em Moçambique, o Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou na terça-feira que mais de 200 pessoas morreram e 350 mil “estão em situação de risco”, tendo decretado o estado de emergência nacional.

O país vai ainda cumprir três dias de luto nacional, até sexta-feira.

O Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.

A Cruz Vermelha Internacional indicou na terça-feira que pelo menos 400 mil pessoas estão desalojadas na Beira, em consequência do ciclone, considerando tratar-se da “pior crise” do género no país.

No Zimbabué, as autoridades contabilizaram pelo menos 82 mortos e 217 desaparecidos, enquanto no Malaui as únicas estimativas conhecidas apontam para pelo menos 56 mortos e 577 feridos.

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